Muito bom dia,
Permitam que comece as minhas palavras saudando todas as mulheres aqui presentes, e através delas, todos os homens que nos acompanham neste momento.
Em nome de Dona IVETE APPLE DA SILVEIRA, nossa querida companheira, que hoje não pode se fazer presente por um problema de labirintite, em nome dela, que simboliza os diferentes modos de ser mulher, quero homenagear tantas Marias, Terezas, Fátimas, Alices e Natálias, enfim, todas as mulheres que, de uma forma ou de outra, abriram caminhos para que pudéssemos hoje, estar aqui, a nos confraternizarmos e expressarmos, livremente, os nosso pensamentos, os nossos sentimentos, as nossas emoções.
Sem elas, essa liberdade que experimentamos não seria tanta. E é por assim pensar que quero aproveitar este momento para uma breve reflexão.
Companheiras Mulheres; Se o século XX foi o momento de nossa emancipação; momento em que emergimos para o mundo, mostramos a nossa cara, conquistamos novos espaços, demos uma breve dimensão da nossa força.
O século XXI será o de nossa afirmação definitiva como protagonistas fundamentais desta nova sociedade que começa a aprender a conviver com as cores de uma democracia cada vez mais livre, cada vez mais humana, cada vez mais justa, cada vez mais feminina.
Ao longo da história da humanidade os homens sempre dominaram as relações sociais, as práticas políticas, as negociações econômicas e as produções culturais.
Desde o início dos tempos, eram eles os provedores, os caçadores, aqueles que forneciam o alimento para a família, para a comunidade, aqueles que garantiam a segurança do clã.
Enquanto isso, nós, mulheres, passávamos a maior parte de nossa vida, grávidas ou amamentando os nossos filhos; concentrávamos toda a nossa energia no cuidar da casa e no educar das crianças.
E foi exatamente nesse cuidar, que nós mulheres, nos descobrimos capazes e fortes, e tomamos consciência do quanto éramos responsáveis pelo modelo de sociedade em que vivíamos.
Gradativamente fomos tomando consciência de que os nossos dominadores, eram crias nossas, nasciam e se formavam sob as nossas saias. Éramos nós as suas mães, éramos nós as suas educadoras, éramos nós as suas irmãs, éramos nós as suas companheiras. Em nossos lares se forjavam as personalidades que dominavam os negócios, que administravam as cidades, que conduziam as nações.
Havíamos, literalmente parido o mundo que aí estava.
Cientes disso, tratamos de assumir a nossa responsabilidade em toda a sua dimensão. Com a consciência de mães, educadoras, irmãs, amigas, companheiras, partimos para a luta e começamos a reescrever a história. Não tem sido nada fácil, mas as vitórias alcançadas a cada dia, nos alimentam a coragem de continuar.
É verdade que já conquistamos muito. Hoje podemos estudar, votar, trabalhar, fazer ciência, fazer arte; podemos falar, pensar, amar, desfrutar da nossa sexualidade; podemos ir e vir, mostrar a nossa cara, decidir sobre o nosso destino, sobre as relações que queremos ter e com quem queremos conviver; podemos analisar e tomar decisões sobre as nossas vidas, sobre o ambiente que nos cerca.
Hoje, ao mesmo tempo em que temos os mesmos direitos que os homem, temos também as mesmas responsabilidades e obrigações. E não nos furtamos disso. Também não deixamos de lado as nossas funções naturais maternas, nem tampouco perdemos a nossa feminilidade, muito menos a nossa fertilidade.
Mas ainda há muito a conquistar amigas , companheiras mulheres. Ainda há muito a fazer para que a mulher se afirme em todos os campos e em todos os cantos do mundo. Haveremos de ter novas conquistas, pois ainda existem mulheres sendo subjugadas, maltratadas, humilhadas. E isto precisa acabar .
Que esta homenagem que hoje lhes prestamos, nos ajude a manter a chama acessa, nos motive a continuar a luta em todas as frentes possíveis.
Mas é preciso que afirmemos, aqui e agora, em alto e bom som, que nesta caminhada, não queremos prescindir de nossos companheiros homens.
Queremos sim, sensibiliza-los para a nossa causa, causa que também é deles. Afinal, todos nós, homens e mulheres, somos partes de um mesmo todo, a humanidade.
Portanto, que sigamos juntos em busca da felicidade
Para encerrar quero deixar aqui um pensamento da nossa grande escritora Cora Coralina que nos representa muito bem
“QUANDO TUDO PARECE DESABAR, CABE A MIM DECIDIR RIR OU CHORAR, IR OU FICAR, DESISTIR OU LUTAR; DESCOBRI PELOS CAMINHOS INCERTOS DA VIDA QUE MAIS IMPORTANTE QUE IR, É DECIDIR”
Muito obrigada pela presença de todas e vcs e um ótimo evento a todas. E Viva as mulheres!!
Dirce Heiderscheidt – deputada Estadual