“De Hillary Clinton, Angela Merkel a Margaret Thatcher! Mulheres de diferentes ideologias na liderança da política internacional. Em Santa Catarina temos Anita, que lutou ao lado de Garibaldi mundo afora. Temos policiais, delegadas e até mesmo mulheres a frente do sistema penitenciário. Hoje em Santa Catarina temos mulheres no comando. O lugar da mulher é aonde ela quiser”, com esta frase a deputada estadual e coordenadora da bancada feminina na Assembleia Legislativa, Ada De Luca, deu início à programação do mês da Mulher no Parlamento Estadual, nesta quinta-feira, 7, em Florianópolis.
Para a presidente da comissão da Mulher Advogada da OAB Santa Catarina e diretora do Conselho Estadual da Mulher empresária, pela Facisc, Rejane Silva Sánchez, presente ao evento, as palavras de deputadas são fundamentais e necessárias. “A deputada Ada tomou a palavra hoje para dizer aquilo que merecia ser dito em comemoração ou em reflexão ao dia internacional das mulheres. Me sinto orgulhosa e desejosa de que essa luta e bandeira dela continuem, para que ela possa, a partir de ações e de iniciativas legislativas fazer a promoção de políticas publicas de inclusão das mulheres e de prevenção ao combate da violência contra as mulheres”, ressaltou.
Ada reafirmou a necessidade de garantir políticas públicas de inclusão, destacando que no Brasil, assim como na Alesc, as mulheres são somente cerca de 10% dos representantes. A deputada destacou a participação de cinco deputadas estaduais, num universo de 40 parlamentares, reforçando a importância dessa representação. “Temos diferenças ideológicas, propostas diferentes, mas juntas representamos as mulheres catarinenses”, disse.
A deputada lembrou que nos Estados Unidos, em 2018, as mulheres já são 20% do congresso. Na Alemanha, 30%. Na Noruega, cerca de 40%. “Aqui mesmo na América Latina, somos 45% na Costa Rica, 40% na Argentina e quase 50% no México. A ausência de mais mulheres na política brasileira não se trata de falta de vocação, se trata de uma vergonha histórica. Ficamos atrás até mesmo da Arábia Saudita em percentual de Mulheres no Congresso! E como legisladores temos o dever de criar políticas de inclusão que nos resgatem deste vergonhoso atraso histórico”, afirmou.
Em seu discurso, a deputada repudiou a opinião de quem diz que “mulher não teria muita vocação para política”. “Precisamos falar de falta de oportunidades e quase cinco séculos de desigualdades históricas. Não existem vocações femininas ou vocações masculinas senhoras e senhores”. Ainda, segundo a deputada: “Vocação não depende de sexo, e cabe à sociedade como um todo desfazer esta injustiça histórica que nos proibia sequer sonhar. Para que mais mulheres se arrisquem a sonhar e a voar temos o dever de garantir seus espaços e por isso defendo ardentemente a necessidade de cotas que nos garantam representatividade, especialmente em setores aonde ainda somos tão poucas”, disse.
Presentes ao evento as deputadas Ana Caroline Campagnolo, Marlene Fengler e Paulinha, o presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia e os deputados Felipe Estevão, Sargento Lima, Coronel Mocellin, Altair Silva, Vicente Caropreso e Mauro de Nadal.
A programação do Mês da Mulher, promovido pela Bancada Feminina, na Assembleia Legislativa, vai de 7 a 28 de março, com palestras, exposições, debates e homenagens. A programação completa está disponível no site: www.alesc.sc.gov.br