O Brasil obteve, no dia 27 de junho, o reconhecimento internacional de novas zonas livres de febre aftosa sem vacinação, em seis estados. A área abrange o Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e parte do Amazonas e do Mato Grosso. O reconhecimento foi conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Essas áreas se juntam a Santa Catarina que, até então, era o único Estado com a certificação internacional.
O deputado Moacir Sopelsa (MDB), demonstra preocupação diante deste novo cenário e propõe um amplo debate sobre o tema. “Antes, nos tínhamos duas divisas que nos protegiam. O Rio Grande do Sul, que nos protegia do Uruguai e da Argentina, com o rebanho protegido pela vacina, a mesma coisa tínhamos com o Paraná que nos protegia com o rebanho vacinado. Hoje estes Estados estão livres de febre aftosa sem vacina. Portanto, um status sanitário igual ao de Santa Catarina, com algumas diferenças, pois SC é um Estado que temos o nosso rebanho de bovinos e bubalinos todo ele identificado e rastreado.”
Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o reconhecimento da OIE, mais de 40 milhões de cabeças de gado, ou cerca de 20% do rebanho de bovinos, deixarão de ser vacinados contra a febre aftosa. Sopelsa chama atenção para o fato de que o Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso, Acre, Rondônia e Amazonas não vão ter a identificação de seus animais. “Então, nós precisamos ter muita cautela com o que vamos fazer. Essa qualidade de produtor de suínos e aves de Santa Catarina que conquistou mercados importantíssimos, mercados do primeiro mundo. Vendemos para a Europa, o Japão, a China, os Estados Unidos, e alguns contratos não permitem que entrem animais no Estado sem que sejam rastreados. Então, isso me preocupa muito”, pontua.
O parlamentar está propondo um amplo debate envolvendo a Assembleia Legislativa, o Secretário de Estado da Agricultura, Altair Silva, o presidente da CIDASC, os técnicos, as cooperativas, Ocesc, Faesc, Fetaesc e o setor produtivo do Estado. “Eu sei que temos que olhar para a tecnologia, ter segurança, olhar para a questão econômica e, por vezes não podemos colocar o lado econômico acima dos interesses técnicos. Então, eu quero deixar a minha preocupação. Precisamos nos proteger e trabalhar unidos com o Ministério da Agricultura e todos os envolvidos no setor”, finaliza.